segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Um festival fantástico


O RioFan, Festival Fantástico do Rio, está de volta. E as inscrições (gratuitas!) para a mostra competitiva de curtas e longas já estão abertas, e vão até o dia 20 de maio. Confira o regulamento no blog do evento. Os selecionados vão concorrer ao Prêmio RioFan, oferecido aos filmes escolhidos pelo público do festival, que acontece entre os dias 19 e 24 de julho, nos cinemas da Caixa Cultural e em outras salas do circuito comercial.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Bresson e Straub/Huillet na Sessão Cinética

Está indeciso sobre o que fazer ainda hoje e também curte um programa voltado à reflexão e discussão sobre importantes obras cinematográficas? Nesta quinta-feira, 24/02, no Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, haverá mais uma edição da tradicional Sessão Cinética, oferecida mensalmente pela revista Cinética. Um programa imperdível para quem aprecia bons filmes e também refletir sobre cinema.

A partir das 17h15, a sessão dupla começa com a exibição de O dinheiro (L'argent - França, 1983), de Robert Bresson, seguido de Gente da Sicília (Sicilia! -França/Itália/Suiça, 1999), de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet, às 19h. O filme de Bresson é baseado em um conto do escritor russo Liev Tolstói e o de Straub/Huillet é baseado em um romance do escritor italiano Elio Vittorini.

Uma grande notícia é que ambos os filmes serão exibidos em sua bitola original de 35mm e, como de costume, haverá debate mediado pelos críticos da Cinética após a exibição do segundo filme. O IMS-RJ fica na rua Marquês de São Vicente, 476, na Gávea. A entrada é franca. Mais detalhes podem ser encontrados aqui.

Aproveitamos também para fazer um outro convite: você deve ter notado que ambos os filmes são adaptações de obras literárias. Se você se interessa por esta questão da adaptação, pelo modo a partir do qual o artista, em cinema, é capaz de potencializar, por meio de imagens, as expressões de uma obra que existe em outro formato, fique ligado pois este é um tema que servirá de ponto de partida para nossas discussões na próxima sessão do Ciência em Foco, em abril, quando exibiremos Blow-up (1966), um filme de Michelangelo Antonioni baseado em um conto de Julio Cortázar.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Brasil no mundo


Já estão abertas as inscrições para a 6ª edição da Mostra de Cinema Brasileiro da Suécia, a BrasilCine, que começa dia 15 de outubro, em Estocolmo. A proposta é a de divulgar a diversidade da produção cinematográfica brasileira, rompendo com o estereótipo de violência. Para participar, basta entrar no site, preencher um formulário de inscrição e enviar um DVD do filme até o dia 30 de abril. Participe!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

E o kit vai para...

No último encontro do cineclube, em que foi exibido o filme Videodrome (dia 5 de fevereiro), quem esteve presente pôde participar de uma promoção em nosso blog. Bastava escrever um comentário a partir das discussões levantadas pelo palestrante Tadeu Capistrano para concorrer a um kit da Casa da Ciência, com blusa, bolsa e o livro A Divulgação da Ciência como Literatura, além do catálogo da mostra “David Cronenberg: Cinema em Carne Viva”, oferecido pelo professor Tadeu.
O escolhido pela equipe para ganhar o kit foi o Rogério Marques. Também merecem menções especiais as participações de Lucas Cavalcante e de Clarissa (uma das mais assíduas frequentadoras do cineclube) em seu blog Fatia de Limão. Os dois serão presenteados com um catálogo!


“[...] O professor Tadeu Capistrano salientou a ideia dos corpos apáticos, insatisfeitos em sua essência que buscam superexcitação e experiências. A TV e as redes sociais podem saciar seus desejos. [...] Videodrome é o agora!” – Rogério Marques.



Agradecemos a participação e esperamos contar com vocês em promoções futuras!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Maratona David Lynch na Lapa

Você assistiu e gostou da sessão do Ciência em Foco de setembro passado, quando exibimos Veludo azul (Blue velvet - E.U.A., 1986), de David Lynch, seguido da fala do professor do Departamento de Filosofia da UERJ, James Arêas? Se ficou interessado em adentrar os perturbadores e fascinantes mundos da cinematografia do diretor, percebendo se - e de que modo - o cineasta se aproxima, em outros filmes, do conceito de imagem-pulsão discutido pelo James, uma ótima oportunidade acontecerá neste sábado, dia 12/02, na Lapa, no Rio de Janeiro.

Em sua primeira maratona cinematográfica de 2011, o Cineclube Cinema Nosso homenageia David Lynch com uma tarde inteira recheada de filmes do diretor, todos produzidos em décadas diferentes, contando ainda com debates e sorteio. Respeitando a cronologia de sua obra, a jornada vespertina se inicia às 14h com a exibição de O homem elefante (The elephant man - 1980) e segue com Coração selvagem (Wild at heart - 1990), encerrando com chave de ouro com um de seus longas recentes, Cidade dos sonhos (Mulholland Drive - 2001).

Para mais detalhes, incluindo sinopses, não deixe de conferir o blog do Cinema Nosso. A maratona David Lynch acontece no Espaço Cinema Nosso, na rua do Resende, 80, na Lapa. O tel. é (21) 2505-3300. Prepare-se para uma jornada de sonhos, pesadelos e de grande cinema que produz grandes questionamentos.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Confrontando o limite com Aronofsky

Lembram-se da programação do Ciência em Foco de agosto do ano passado? Exibimos o filme Pi (1998), de Darren Aronofsky, seguido da fala do poeta e professor do Instituto de Matemática da UFRJ, Ricardo Kubrusly. Estreou nesta última sexta-feira nos cinemas o último filme do diretor, Cisne negro (Black swan - E.U.A., 2010), que rendeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz para Natalie Portman, e já conta com 5 indicações ao Oscar (nas categorias de Atriz, Fotografia, Edição, Direção e Filme).

Nesta sua mais recente produção, Aronofsky mostra o conflito interior de uma dançarina de uma companhia de ballet que se prepara para lançar uma versão de O lago dos cisnes, de Tchaikovsky. Algumas questões que Aronofsky já havia tratado em Pi são revisitadas nesta sua mais recente produção, na qual o diretor nos apresenta, de outra maneira, um conflito que nasce do embate com um certo limite com o qual o protagonista é confrontado.

Em Pi, tínhamos um matemático, Max Cohen, obcecado em buscar padrões que seriam capazes de explicar o mundo. No entanto, ao longo das tentativas de transcender os limites do corpo e do sensível, ele sentia fortes enxaquecas e tinha alucinações constantes, de modo que passávamos a confundir, em determinado momento, o que era real e o que era ilusão, partilhando dos delírios de Max. Em Cisne negro, a dançarina Nina tem dificuldade em interpretar o personagem título - que é a antítese do cisne branco, o papel que ela domina e no qual se destaca -, e se lança em uma espiral de situações-limite que nos faz recordar a trajetória de Max.

Se você se interessou por Pi, pelo estilo do cineasta e pelas questões que percorrem sua obra, não deixe de conferir Cisne negro nos cinemas e, quem sabe, caso ainda não tenha assistido, conferir também os outros filmes do diretor, como Réquiem para um sonho (Requiem for a dream, 2000), A fonte da vida (The fountain, 2006) e também O lutador (The wrestler, 2008), que muitos consideram uma variação bastante próxima da história e do tema desta sua última produção.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Início de temporada com Cronenberg

Neste último sábado, a primeira sessão do Ciência em Foco inaugurou a temporada 2011 com mais um filme de David Cronenberg. Depois da exibição de Rabid, no ano passado, a obra do cineasta canadense foi mais uma vez centro das atenções com seu clássico Videodrome. Desdobrando questões a partir do filme, Tadeu Capistrano, doutor em Literatura Comparada pela UERJ e professor de Teoria da Imagem da EBA/UFRJ, nos apresentou um panorama dos temas do diretor e o quão relevantes são suas abordagens para se pensar a contemporaneidade.

Ainda que Videodrome seja um filme ancorado nos anos 80, com sua emergente cultura do vídeo, Tadeu mostrou que as questões que ele evoca são bastante atuais, com a multiplicação das tecnologias de imagem e a virtualização crescente de nossa relação com o mundo e com os outros. Em uma época em que corpos apáticos precisam de experiências radicais de excitação (como aquelas produzidas pelo horror e a pornografia), estas novas formas de espetáculos proporcionados pelas novas tecnologias dão a ver uma espécie de nova carne, ou um novo estatuto para o corpo e para o sujeito, confundindo-os com os produtos da mídia e da tecnociência.

Quando a velocidade atua na visão (um processo que pode ser entendido a partir do conceito de dromoscopia, do pensador francês Paul Virilio) é desencadeado um movimento acelerado que permite a suspensão da reflexão e a abertura para a possível manipulação cognitiva, produzindo alucinações com a alteração da nossa percepção da realidade. Deste modo, a ficção do filme nos faz pensar sobre nossa própria experiência, em uma sociedade cada vez mais mediada por aparatos tecnocientíficos e pelos interesses das empresas e organizações que os controlam. Este seria o provável teor político de seu cinema: a forma anárquica pela qual os corpos reagem a este controle social, desestabilizando a ordenação biopolítica imposta pelas estruturas dominantes.

Mais uma vez, Cronenberg rendeu um produtivo debate. Em março, devido ao carnaval, não haverá sessão. Retornaremos no dia 2 de abril com a exibição do filme Blow-up (1966), de Michelangelo Antonioni, seguido da palestra A tarefa do tradutor no Cortázar de Antonioni, ministrada pelo professor Patrick Pessoa, que é Doutor em Filosofia pela UFRJ e professor do Departamento de Filosofia da UFF, onde pesquisa a relação Cinema e Filosofia. Patrick também é autor do livro A segunda vida de Brás Cubas: a filosofia da arte de Machado de Assis. Fiquem ligados no nosso blog para maiores informações e curiosidades.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Vida longa à Nova Carne


Você já ouviu falar do professor Brian O'Blivion? Quer conhecê-lo? Então venha neste sábado para a sessão do Ciência em Foco, quando exibiremos Videodrome (1983), clássico de David Cronenberg, e conheça este crucial personagem da trama, um filósofo que profetiza um mundo povoado pelas transmissões de TV, que influenciam tanto a vida a ponto de se tornarem mais reais que a própria realidade. Soa familiar o suficiente?

Este seria o modo, pensado por Brian O'Blivion, de superar os limites anatômicos do nosso corpo rumo a uma Nova Carne. Para os curiosos de plantão, deixamos abaixo uma sequência bastante emblemática do filme, na qual o professor Brian expõe suas ideias e dispara as alucinações de Max, o protagonista. A cena se encontra no original, em inglês. E não deixe de conferir a íntegra do filme, com legendas em português, no Ciência em Foco deste sábado, seguido da palestra A visão remota: psiônica, dromoscopia e neuropolíticas, do professor Tadeu Capistrano (que estará presente em pessoa, e não virtualmente, ao contrário do personagem).

Abaixo, a transcrição traduzida de parte da fala do professor Brian O'Blivion:

"A batalha pela mente da América do Norte será travada na arena de vídeos: o Videodrome. A tela da TV é a retina da mente. Portanto, a tela da TV é parte da estrutura física do cérebro. Portanto, o que aparece na tela da TV surge como pura experiência para aqueles que assistem. Portanto, a televisão é a realidade e a realidade é menos do que a televisão."