terça-feira, 2 de abril de 2013

'Morte em Veneza' e os impasses da obra de arte


Morte em Veneza, de Luchino Visconti, é o próximo filme do Ciência em Foco, o cineclube da Casa da Ciência. A apresentação, dia 6 de abril, às 16h, será acompanhada pela palestra “ A condição da obra de arte e o tarde demais”, com o professor Auterives Maciel Junior, Filósofo, Doutor em Teoria Psicanalítica pela UFRJ, professor de Filosofia da PUC-Rio e do Mestrado em Psicanálise, Saúde e Sociedade da Univ. Veiga de Almeida.

De acordo com Maciel Junior, "A reflexão sobre o filme será o motivo da questão: o que condiciona a obra de arte? Seguindo o impasse do protagonista que interroga a obra de arte, procurando saber se a sua fonte é a sensibilidade ou a razão, procuraremos explicar a questão à luz de uma abordagem estética”. A intenção do professor de filosofia é “comentar o filme com conceitos estéticos, dando ênfase ao ‘tarde demais’ que conclui a trama de forma trágica, desvelando, enfim, a verdade da obra de arte."

Visconti concebe Morte em Veneza baseado em um texto homônimo, de Thomas Mann (6 de junho de 1875 - 12 de agosto de 1955). Nele, o romancista alemão revela o amor platônico de um escritor de meia-idade Aschenbach por Tadzio, um adolescente da nobreza polonesa. No filme, Aschenbach, interpretado por Dirk Bogarde é um compositor que viaja à Veneza para repousar após um período de stress artístico e pessoal. Nesta cidade, ele encanta-se com a beleza de Tadzio, mas jamais concretizará esta paixão perturbadora. Segundo a opinião de vários críticos literários e de cinema, assim como o romance, a abordagem no filme da homossexualidade se torna secundária na narrativa diante da reflexão sobre o fascínio que a beleza do menino, entendida como expressão suprema de uma obra de arte, exerce sobre a condição narcísica da natureza humana.

O filme, uma produção ítalo-francesa de 1971, recebeu várias premiações, entre elas o da BAFTA (Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão) 1972, nas categorias de melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor figurino e melhor trilha sonora.

Com o objetivo de estimular a produção e circulação de novas ideias, o cineclube Ciência em Foco exibe, no primeiro sábado de cada mês, um filme seguido de debate, sempre às 16h

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